O diário de... Bubu

(um trocadilho com o "Diário de ... Marilu", lembram-se?")

"Ordenaram-me" este fim-de-semana que retirasse definitivamente a minha tralha da casa onde vivi quase toda a minha vida. Afinal não era tralha, essa já eu tinha tirado. Eram SÓ! os meus diários e cartas que recebi, outras que nunca cheguei a enviar, desde que tinha p'raí uns 12 ou 13 anos. Portanto, as minhas memórias! E deixem-me que vos diga que já tenho ali material para uma autobiografia.

Começei a ler algumas coisas ontem à noite, nos intervalos do Brockeback Mountain e deparei-me com cenas descritas tão intensamente como se de um filme se tratasse. Não esquecendo, claro, a intensidade que, algumas coisas que vivemos aos 14, 15 ou 16 anos, podem ter. Mas sabem que mais? apercebi-me que há coisas que nunca mudam, como o ódio declarado por determinadas coisas, como por exemplo os testes de Física, a preocupação de não termos uma vida perfeita, porque nos impõe uma hora de chegada a casa (isso sim, era mesmo uma ganda seca!!) o coração que às vezes bate mais forte por coisas que nem sabíamos que existiam, ou por gajos que nem sabiam que nós existíamos ;)) Foi quase irónico: rir-me das minhas lágrimas aos 15 anos, aposto que daqui a 18 anos vou dar gargalhadas das palavras que escrevi no meu caderninho...a preocupação é mesmo um pensamento mal utilizado.

O que é que vos posso dizer sem revelar quase nada? hmmm...bem, que num dos testes que fiz, de Física!, no 10º ano e que me correu uma merda, tive a melhor nota da turma (e não foi assim tão baixa, foi 14.8!) e parece que isto encheu o meu peito (que era pequeno naquela altura e se mantém do mesmo tamanho ;)) de orgulho! e que, em 3 meses, me apaixonei por 3 tipos diferentes e que nenhum me ligava pêva!!! Ah! e que curti cumócaraças a 1ª vez que fui ao Crazy Nights!! mas à matinée, claro, ou acham que a minha mãe ia nessas conversas de ir à disco à noite (aliás, o meu pai ainda hoje não entende...)

O Gonçalo bem pediu para ler, mas um diário é um diário, nem que as coisas já tenham acontecido há mil anos, serão sempre "os meus segredinhos"...