2008? Ano de mudanças??

Lembro-me da primeira vez que ouvi um amigo dizer que outro amigo tinha um defeito.

Quer dizer, não sei se essa foi a primeira vez, mas é dessa que me lembro e também não era bem um defeito, era uma característica que não era bonita, uma coisa que ninguém quer ser e não correspondia à verdade.

Já foi há tanto tempo, mas lembro-me de ter saltado em defesa desse amigo e tentar fazer ver ao outro como ele estava a ser injusto, especialmente porque a pessoa não se podia defender, já que não estava ali.
Agora que olho cá da frente, acho que me começei a tornar no que sou hoje, ali, naquela noite. . . Achei que era um injustiça e era mentira, e para mim continua a ser sempre mentira, quando se trata de uma coisa má.
Cá da frente, e juntando outras coisas que foram acontecendo ao longo da minha vida em comum com essas pessoas, continuo a achar que ele não tinha razão nenhuma, mas percebi, entretanto, que o que me custava mais não era a própria acusação em si, mas sim os motivos pelos quais fez aquele julgamento. A amizade que temos por algumas pessoas marca-nos de tal maneira, que sentimos o dever, pior! o direito de vingar os feridos, seja a que preço fôr.
Os ciúmes na amizade são a coisa mais corrosiva que existe! Não se pode pedir a um amigo "Por favor gosta mais de mim!"ainda que esse pensamento seja constante 24h por dia, 365 dias por ano.

Este é um ano de 366 dias, bissexto. No outro dia disseram-me que era um ano de mudanças, mas eu sei que há coisas que nunca mudam e isso não tem que ser necessariamente mau, se não nos custar a aceitar as coisas como elas são, ou como elas se tornaram. E se nós não quisermos mudar? Pois! Eu decido que há coisas que, de facto, não quero que mudem.